Conhece o tratamento fisioterapêutico na dor crônica?
Vamos te explicar tudo aqui.
O que é a dor crônica?
Atualmente alguns pesquisadores consideram a dor como um sinal vital. Ou seja, assim como a frequência cardíaca e frequência respiratória ela está presente em nossas vidas e sofre alterações ao longo de nossa jornada. Sentir dor é uma experiencia humana, todos em algum momento da vida irão experimentar.
Um arranhão, uma fratura na infância, um corte no dedo, uma doença… Todas essas experiencias são vividas através da dor, mas em 95% dos casos, da mesma forma que ela chega, também vai embora. E assim seguimos a vida ao longo dos anos. O grande desafio na comunidade de saúde no mundo são aquelas pessoas que apresentam dor por tempo prolongado, superior a 3 meses. A famosa e indesejada DOR CRÔNICA
Pessoas que possuem dor crônica sobrevivem com suas vidas interrompidas pela experiência causada pela dor. Deixam de trabalhar, de estar com amigos, de celebrar a vida com a família. Isso provoca uma mudança drástica na forma como essas pessoas encaram a vida e mundo. Normalmente se poupam de qualquer evento ou experiencia que possa causar dor, isso inclui praticar um esporte com o filho, pegar o neto no colo, passear com uma grande amiga. O efeito emocional sobre esses pacientes é imenso, não é de se espantar que a maioria dos pacientes com dor crônica apresentam sinais de ansiedade , estresse e depressão. Por isso, considerar aspectos biológicos, psicológicos e sociais é fundamental nesses pacientes.
A ciência tem avançado muito nas pesquisas sobre dor, sabemos que apenas encher pacientes de remédios e milhares de exames não traz resultados satisfatórios na função, na saúde e no bem estar geral. Pacientes com dor crônica precisam de um tratamento multidisciplinar que em alguns casos envolvam médicos, fisioterapeutas, psicólogos e educadores físicos. É preciso pensar em uma mudança no estilo de vida para criar formas mais efetivas para gerenciar a dor.
O papel do fisioterapeuta nessa batalha é fundamental, normalmente ele é o primeiro a entrar em contato com esses pacientes através da avaliação e participa da pior fase, aquela que envolve muita dor e limitação. Encorajar o paciente a sem movimentar, dar suporte e informação adequada para diminuir medos é parte desse trabalho. O paciente por sua vez, precisa estar aberto e disposto a encarar alguns tabus criados diante da dor. Um deles é o medo de se movimentar. A maior parte dos pacientes acredita que se mexer a região que dói a dor pode piorar. Isso não é verdade! Se bem direcionado, o movimento realizado com supervisão e orientação é um dos melhores recursos no tratamento da dor crônica. Um bom fisioterapeuta poderá te ajudar a vencer esse medo!
O tratamento passa por diferentes fases que irei explicar brevemente aqui:
Aceitação: Aceitar a presença da dor é o passo mais importante para lidar com ela. Você é maior do que a dor que sente e apesar dela tem uma vida inteira a ser vivida.
Sono: O sono influencia na dor. Quem dorme mal , se recupera mal e vive com mais dor.
Pensamentos negativos: Estresse, ansiedade e medo são grandes vilões da dor. Reeducação em dor e meditação podem te ajudar.
Retorno gradual a função: deixar de fazer suas atividades diárias não é uma boa estratégia, isso geralmente causa frustração e aumenta a fraqueza muscular.
Praticar exercícios: Confie no seu fisioterapeuta e educador físico, com calma, paciência e determinação, isso será possível, ainda que de forma adaptada.
Relacionamentos: Invista em seus relacionamentos, esteja próximo daqueles que ama e valorize pequenos momentos assim. Não deixe de aproveitar uma tarde com netos ou amigos por causa da dor.
E por fim, acreditar em si mesmo e na capacidade de superação que nós seres humanos possuímos de forma tão forte.
Referencias:
Dor. Princípios e prática. Onofre Alves Neto e colaboradores. SBED. 2010