Compreendemos como coluna cervical as vertebras que ficam logo abaixo da cabeça e se estendem até o final do pescoço. São ao todo 7 vertebras (ossos), e entre cada uma delas, um disco vertebral que absorve impacto e distribui o peso, além de ligamentos e músculos que compõe a parte dinâmica dessa complexa estrutura humana.
Ao mesmo tempo que a cervical tem que ser móvel, permitir que possamos virar a cabeça, inclinar e girar o pescoço, ela também tem que ser estável e de certa forma forte o bastante para proteger parte de nosso sistema nervoso central que se estende ao longo de toda a coluna vertebral. É justamente essa junção de mobilidade e estabilidade que geram um desafio mecânico importante na parte musculo esquelética da cervical e geram constantemente problemas como: hernias de disco, torcicolos, dores recorrentes e alterações posturais. Importante salientar que a maioria das vezes o próprio corpo se encarrega de melhorar e dentro de pouco tempo tudo volta ao normal. Mas uma pequena parte desses casos, a dor persiste e não se resolve sozinha, precisando de acompanhamento profissional.
Vamos te explicar!
Alguns pontos importantes para tratamento correto da cervical:
Antes de mais nada é preciso ter certeza que a dor tem origem mesmo na cervical. Como se trata de uma região intimamente relacionada com o ombro, com a articulação temporomandibular e com a cabeça, alguns diagnósticos podem ser dados de forma equivocada. Neste caso é preciso investigar através de uma avaliação criteriosa todas essas áreas. Um exemplo muito comum desta confusão é com a ATM ( articulação temporo mandibular), que pode causar dor na cervical mas o tratamento é bem diferente de uma simples cervicalgia.
Após a confirmação de que a dor tem origem na cervical o seu fisioterapeuta irá montar um plano de tratamento dividido basicamente 3 fases:
– Fase inicial: Tem como objetivo diminuir a dor. Neste caso, o uso de laserterapia é altamente indicado, já que é considerado padrão ouro de conduta na literatura científica. Além do Laser, recursos eletroanalgésicos , terapia manual também são utilizados. Nesta fase, é importante também orientar o paciente quanto a sua rotina (avaliar posição de trabalho, adaptações e correções para dormir corretamente.
– Fase Intermediária: Tem como objetivo melhorar a amplitude de movimento afim de gradualmente melhorar a capacidade do paciente de realizar novamente movimentos que foram prejudicados como a dor, como por exemplo: virar o pescoço para manobrar o carro. Utilizamos nesta fase recursos ativos de terapia manual e cinesioterapia (terapia através do movimento).
– Fase final: Nesta fase o objetivo é o fortalecimento muscular e preparação para o retorno as atividades comuns do dia a dia e também ao esporte, caso o paciente tenha alguma modalidade em mente. Muitos exercícios e orientações estão presentes nesta fase e o paciente precisa incorporar em sua rotina parte desse cuidado, assim quando tiver liberação do fisioterapeuta continue se beneficiando do tratamento.
Ao final do tratamento, o paciente deverá estar consciente do seu diagnóstico e com autonomia para manter uma rotina de cuidados ao longo do tempo para diminuir as chances de retorno do quadro.
Se você sente dores de cabeça, dores na ATM, dores no pescoço, dificuldade para mexer completamente a região em movimentos do dia a dia, sente peso ou dor na parte alta dos ombros, fique atento e procure por um profissional especializado. É possível conquistar uma vida sem dor.
Referência bibliográfica:
Lesões nos esportes. Moises Cohen. 2 ed. Manole
Manual Therapy. Brian R Mulligan. 5 edição